A Revista de Globalização, Competitividade e Governança dá continuidade, com esta edição, à sua trajetória para cumprir com fidelidade e periodicidade o compromisso com nossos leitores e os critérios de qualidade aceitos internacionalmente e auditados por várias instituições. A GCG encontra-se indexada atualmente nas seguintes fontes: SCOPUS (Elsevier Bibliogrphic Databases. Scimago Journal Rank), nas categorias de: Business, Management and Accountingy Economics, Econometrics and Finance; EconLit (American Economic Association’s electronic bibliography); EBSCO Publishing´s databases (Business Source Complete; Business Source Premier; Business Source Elite; Fonte Acadêmica Premier; Fonte Acadêmica Plus); ABI/INFORM (ProQuest; LATINDEX; REDALYC; Google Scholar Metrics). Essa aposta na qualidade permitiu que a GCG fosse classificada como revista A (categoria mais alta) de todas as revistas espanholas de Ciências Humanas e Sociais na Web of Science e/ou SCOPUS (ISOC-CSIC). Ao longo de 2020, foram recebidos 63 artigos, com um índice de aceitação de 15,87%.
O primeiro artigo tem como objetivo avaliar a importância dos indicadores de liberdade econômica e corrupção, e seu efeito na economia dos países, mensurando pelo nível de atração de investimento direto do exterior. Jorge Luis Sánchez Arévalo e Rodrigo Malta Meurer (da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Brasil) entendem que o investimento privado está estreitamente relacionado com as condições oferecidas pela boa relação do país com os investidores, o que está associado a aspectos econômicos e políticos. Neste contexto, é importante considerar a renda, a corrupção e o índice de liberdade econômica e comércio como variáveis preditivas, tendo em vista que estas variáveis diferenciam os países mais livres dos menos livres. Com base nos resultados, os autores chegam à conclusão de que, para melhorar os índices de corrupção e liberdade econômica nos países analisados, é necessário realizar reformas (mudanças estruturais internas).
No próximo artigo, Diego Felipe Rodrigues da Silva e José André Villas Boas Mello (do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, Brasil) aplicam análises multicritérios para estabelecer uma relação entre o desempenho financeiro e o rendimento técnico dos clubes de futebol que operam na série A do campeonato brasileiro, visando avaliar seu desempenho. O foco utilizado é o quantitativo por meio da ferramenta de análise relacional de Gray com dados de 2018. Na opinião dos autores, o Flamengo foi identificado como o clube com melhor rendimento técnico e entre os melhores clubes também em termos financeiros, juntamente com o Cruzeiro e o Atlético-MG. Adicionalmente, chegaram à conclusão de que os clubes de futebol que ocupam uma má posição no ranking de índices financeiros se tornaram campeões em diversos campeonatos disputados durante o ano todo.
Camila Rafaelly da Silva Câmara Revorêdo; Maurício Corrêa da Silva; José Dionísio Gomes da Silva (da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil); e Jeronymo José Libonati (da Universidade Federal do Pernambuco, Brasil) pesquisaram os fatores que explicam a eficácia das despesas orçamentais de municípios brasileiros. Para isso, realizaram uma análise em 4.532 municípios brasileiros empregando o modelo de regressão Tobit robusta. Os autores concluem sua análise identificando, como fatores que explicam a eficácia das despesas orçamentárias: A arrecadação realizada; o PIB per capita; os municípios de pequeno e médio porte em comparação com os de grande porte; os municípios das regiões Sul e Sudeste em relação às do Centro-Oeste; os administradores na faixa etária de 60 a 69 anos, e o nível de escolaridade de ensino médio completo e superior completo. Os resultados apontam, para os cidadãos, informações sobre como avaliar o desempenho da administração pública em relação ao aspecto da sua eficácia.
Os profissionais responsáveis pelo planejamento da aquisição de material médico e hospitalar passam por muitas dificuldades. Para responder a esse problema, André Luiz Trajano dos Santos; Augusto da Cunha Reis e Emílio Possidente Daher (do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/ RJ, Brasil) pesquisaram esse planejamento por meio do método de análise de caso único do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Para isso empregaram a pesquisa como fonte de evidência documental, a observação e a entrevista semiestruturada com profissionais da instituição, com um foco qualitativo exploratório e descritivo. Os autores apresentam uma sinopse em forma de tabela dos problemas relatados pelos planejadores de compras no desempenho das suas atividades, correlacionando-os com as soluções propostas, entre as quais se destacam: Melhoria dos processos administrativos; combate contra falta de mão de obra qualificada; e melhoria da eficiência do sistema de informações de dados logísticos.
O próximo artigo tem como objetivo analisar os setores econômicos das organizações mais atraentes do mercado de trabalho da Espanha no período de 2013-2019. Francisco Jesús Ferreiro-Seoane, Vanessa Miguéns-Refojo (da Universidade de Santiago de Compostela) e Manuel Octavio del Campo-Villares (da Universidade de A Coruña, Espanha) basearam-se nos dados do ranking das 100 empresas mais buscadas para trabalhar, publicado pela Revista Actualidad Económica (RAE), e selecionaram quatro variáveis: Setor de atividade, área geográfica, porte e cotação na Bolsa. Os autores chegaram à conclusão de que as companhias mais bem valorizadas são as empresas inglesas dos setores econômicos de energia e finanças, e que seu porte e cotação na Bolsa também exercem influência significante sobre a sua valorização.
Diante da necessidade de abordar a desigualdade na América do Sul, inclusive durante períodos de retrocesso do crescimento, Susana Herrero Olarte (da Universidade de Las Américas, Equador) analisa como o ciclo econômico durante as crises afeta a desigualdade. Com base na literatura associada, a hipótese é de que, em períodos de retrocesso do crescimento, o ciclo econômico aumenta a desigualdade, embora secundariamente. Os resultados dão lugar a recusar a hipótese parcialmente. Para os autores, nos períodos de crise, o ciclo econômico está relacionado positivamente com a desigualdade, embora de forma secundária. As variáveis conjunturais, como é o caso do ciclo econômico, teriam um peso menor no comportamento da desigualdade, atuando de modo positivo ou negativo, segundo o contexto.
Queremos, mais uma vez, agradecer a todos os que tornam possível o bom funcionamento da revista: aos membros do Conselho Consultivo, ao Conselho Editorial, Editores e Editores Associados da área, avaliadores, autores e, principalmente, aos leitores.