Com este número, a Revista de Globalização, Competitividade e Governabilidade continua a cumprir fielmente a periodicidade para com os seus leitores, assim como os critérios de qualidade internacionalmente aceites, auditados pela LATINDEX (garante na América Latina e nas Caraíbas dos critérios científicos de qualidade). Terminamos o ano de 2009, e a GCG foi indexada na EconLit (American Economic Association), na Ulrich’s Periodicals Directory; na Ebsco Publishing´s Databases (Business Source Complete); DICE (ANECA-CSIC), etc.
Abrimos este número com o artigo das professoras M.ª Blázquez de la Hera, do International Center for Competitiveness do IESE Business School e Mónica García-Ochoa Mayor da Universidade Complutense de Madrid. No mesmo analisam a existência de clusters de inovação tecnológica na América Latina. Para isso realizam um estudo empírico com base dos indicadores publicados no Global Competitiveness Report 2009-2010 do World Economic Forum 2009. Os resultados mostram a existência de 4 grupos de países caracterizados por diferentes capacidades de inovação tecnológica, tanto no que se refere a política tecnológica e geração de tecnologia e inovação, como no referente à preparação tecnológica da sociedade.
Paloma Almodóvar, professora da Universidade Complutense de Madrid, estuda no sector industrial espanhol a influência que a distância cultural tem sobre o nível de compromisso assumido nos mercados internacionais e como os dirigentes têm mais tendência a mudar o sentido desta decisão quando levam em consideração o efeito moderador do risco de país. Os resultados permitem comparar positivamente a hipótese acerca do efeito que a distância cultural e o risco de país tem sobre o nível de compromisso, e permite conciliar duas vertentes de trabalhos que, tradicionalmente na literatura, têm estado em confronto.
No artigo seguinte, María Teresa de la Garza Carranza, Eugenio Guzmán Soria e Daniel Hernández Soto, do Instituto Tecnológico de Celaya do México, realizam uma revisão das principais teorias que intervêm no fenómeno das negociações internacionais do ponto de vista das características do negociador da organização. Enquadram-se as diferenças culturais das sociedades do mundo como ponto de partida para explicar o conceito de inteligência cultural, no contexto dos negócios internacionais. Finalmente, é feita uma revisão dos aspectos que intervêm nas negociações, contextualizando os conceitos para o âmbito latino-americano.
Os professores Antonio A. Schuh, do IE Business School, e Isabel Díez Vial, da Universidade Complutense de Madrid, procuram explicar o sucesso dos grandes grupos de comunicação pelas estratégias de diversificação relacionada e de integração vertical. Para isso realizam uma revisão da literatura que identifica os motivos específicos pelos quais as empresas de comunicação se diversificam: gerar sinergias, garantir o acesso a conteúdos e consolidar a sua posição competitiva. Além disso, observa-se que as empresas utilizam a integração vertical para aceder a conteúdos exclusivos, que são fonte de recursos e capacidades estratégicas, chaves para a diversificação relacionada. Finalmente, através do estudo do caso da Globo no Brasil, confirmam os pressupostos desenvolvidos.
Para Leonor Filardo, consultora internacional em Economia e Finanças e membro do Grupo CEDICE, a expansão do crédito não pode aumentar a oferta de bens reais. O que faz é reajustar a estrutura de produção: desvia o investimento de capital do curso prescrito pela situação da riqueza económica e pelas condições de mercado. Para esta autora, o boom não possui uma base sólida, não gera prosperidade real e a prosperidade é ilusória. Tarde ou cedo irão aperceber-se que os seus pilares são de areia.
O professor de relações internacionais da Universidade Católica de Brasília, Wilson Almeida, trata um tema de inegável actualidade como é o das energias renováveis. No seu trabalho, estuda e discute estas energias para melhor entender as relações entre os Estados Unidos e o Brasil. As administrações daqueles países, assim como certas empresas de cada país, iniciaram já a procura de soluções criativas, para o que actualmente é considerado um dos maiores problemas energéticos que o nosso planeta enfrenta: a carência iminente de energia, uma vez que o petróleo se esgote.
Finalizamos este número analisando os efeitos que as diferentes modalidades de offshoring podem ter sobre os resultados empresariais. Os professores Esmeralda Linares Navarro, José Pla Barber e Cristina Blas García, da Universidade de Valência, estudam as diferenças derivadas da escolha do modo de offshoring na produtividade e rentabilidade das empresas. Adicionalmente, o trabalho examina a influência que a utilização desta estratégia exerce sobre o emprego, um dos efeitos que mais inquietação desperta no ambiente sócio-económico. Os resultados obtidos demonstram que nenhum tipo de offshoring é melhor que outro em termos de produtividade e rentabilidade empresarial, e que a crença generalizada que existe sobre a destruição do emprego causada pela utilização destas estratégias não é de todo evidente.
Esperamos durante o corrente ano continuar a contar com a confiança de todos: membros do Conselho Consultivo, Conselho Editorial, Editores e Editores Associados de área, avaliadores, autores e sobretudo dos leitores.