v. 18 n. 3 (2024): SETEMBRO-DEZEMBRO
SETEMBRO-DEZEMBRO

O primeiro artigo visa estimar o efeito do anúncio da “operação militar especial na Ucrânia” feito pelo presidente da Rússia no desempenho dos mercados acionários emergentes. Para isso, Eduardo Sandoval Álamos (Universidade Tecnológica Metropolitana, Chile) contrasta o modelo de 5 fatores de Fama e French utilizando 4 métodos econométricos diferentes. Os resultados indicam que os investidores globais que oportunamente se refugiaram nos mercados acionários da China, Colômbia, México e Malásia tiveram um desempenho acionário superior em economias que, em conjunto, mostraram taxas de crescimento econômico positivas nos anos de 2022 e 2023.

Luciana da Silva Moraes Sardeiro (Universidade de Brasília, Brasil); Paulo Vitor Souza de Souza (Universidade Federal do Pará, Brasil); Yara Consuelo Cintra (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil); e Raimunda Maria da Luz Silva (Universidade Federal Rural da Amazônia, Brasil) estudam o uso da contracontabilidade como meio de resistência em questões socioambientais durante as operações Carne Fraca e Carne Fria na indústria de carne brasileira. Com base na contabilidade emancipatória crítica pragmática, os autores revelam que os contrarrelatos das ONGs desafiaram o Estado e as corporações, monitorando acordos, participando de trabalhos técnicos e propondo soluções para lacunas institucionais. Concluem, através da análise hierárquica descendente, como os discursos influenciam as arenas sociais e como a linguagem sustenta o poder ou gera resistência.

Os Estados Unidos são o maior importador de tomates do mundo, importando grandes quantidades do México. Daniel Hernández-Soto e Mónica Elizabeth Alcalde-Jiménez (Instituto Tecnológico Nacional do México em Celaya) analisam se um aumento anual de 20% na quantidade de tomate mexicano importado no mercado norte-americano seria viável economicamente. Nesse cenário simulado, a Relação Benefício/Custo (B/C) para os produtores de Sinaloa, Jalisco, Sonora e Baja California seria de 2,3434, 1,2886, 2,8524 e 3,5025, respectivamente. Os autores concluem que, diante de um aumento de 20% na quantidade exportada, produzir tomate com destino aos Estados Unidos nesses estados continua sendo rentável.

Para Tiago Rabaço, Fábio Albuquerque e Paula Gomes dos Santos (Instituto Politécnico de Lisboa, Portugal), pode haver uma tentativa por parte das entidades afetadas pelas consequências da guerra Rússia-Ucrânia de ofuscar ou enfatizar notícias positivas ao divulgá-las, utilizando estratégias de gestão de impressão. Os autores avaliam o uso dessas estratégias em 212 entidades europeias listadas, utilizando relatórios anuais consolidados de 2021. Concluem que, em dois terços das entidades que divulgaram este evento, principalmente em fontes voluntárias, foram encontrados níveis reduzidos de legibilidade. Além disso, embora tenha prevalecido a neutralidade, as entidades expressaram alguma incerteza relacionada à sua afirmação de serem imunes aos efeitos da guerra. Finalmente, e de maneira ocasional, foram identificadas diferenças por país e indústria.

A imagem que as pessoas têm dos robôs/IA muitas vezes não corresponde à realidade. Isso pode afetar a implantação efetiva dessas tecnologias em um país, gerando um impacto negativo sobre sua competitividade. Jose Luis Arroyo-Barrigüete (Universidade Pontifícia Comillas), José Ignacio López-Sánchez e Antonio J. Guillén (Universidade Complutense de Madrid, Espanha) analisam se a ideia que se tem de um robô influencia a percepção do impacto da robotização no emprego. Os resultados confirmam que: (i) quanto mais distorcida é a imagem que um indivíduo tem sobre o que é um robô (imagem errônea), maior é a sua percepção dos robôs/IA como ameaça para os empregos; e (ii) que, naqueles países onde a densidade de robôs é maior (robôs operacionais por cada 10.000 trabalhadores), esse nível de ameaça percebida é menor.

A responsabilidade social corporativa (RSC) busca satisfazer as necessidades dos stakeholders. Pedro Severino-González; Yeison Morales-Mejias; Raimundo Pérez-Dolarea (Universidade Católica do Maule, Chile); e Giusseppe Sarmiento-Peralta (Universidade Nacional Maior de San Marcos, Peru) descrevem a percepção dos estudantes universitários sobre a RSC na perspectiva de consumidores de serviços de transporte aéreo de passageiros na região do Maule (Chile). Os autores encontram diferenças significativas de acordo com gênero, idade e localização. E concluem que as empresas devem incluir estratégias de RSC que permitam criar valor segundo os requisitos de cada grupo de interesse.

Queremos, mais uma vez, agradecer a todos os que tornam possível o bom funcionamento da revista: aos membros do Conselho Consultivo, ao Conselho Editorial, Editores e Editores Associados da área, avaliadores, autores e, principalmente, aos leitores.

Editor Chefe

COMPETITIVIDAD LOCAL Y GLOBAL, Y PRODUCTIVIDAD E INNOVACIÓN TECNOLÓGICA

Daniel Hernandez Soto, Mónica Elizabeth Alcalde Jiménez
UMA ANÁLISE DA COMPETITIVIDADE DO TOMATE MEXICANO NO MERCADO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMERICA
PDF (Espanhol)
José Luis Arroyo-Barrigüete, José Ignacio López-Sánchez, Antonio Guillen
A IMAGEM QUE A POPULAÇÃO TEM DOS ROBÔS INFLUENCIA A PERCEPÇÃO DO IMPACTO DA AUTOMATIZAÇÃO NO EMPREGO?
PDF (Inglês)

RESPONSABILIDAD SOCIAL CORPORATIVA: INNOVACIÓN SOCIAL Y CREACIÓN DE EMPRESAS

Luciana da Silva Moraes Sardeiro, Paulo Vitor Souza de Souza, Yara Consuelo Cintra, Raimunda Maria da Luz Silva
A FARRA DO BOI E O REPORTE CONTÁBIL: COUNTER-ACCOUNTING DE ESCÂNDALOS AMBIENTAIS E SANITÁRIOS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
PDF
Pedro Elías, Yeison Morales-Mejias, Raimundo Pérez-Dolarea, Giusseppe Sarmiento-Peralta
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E TRANSPORTE AÉREO. EXPLORANDO A PERCEPÇÃO DOS CONSUMIDORES UNIVERSITÁRIOS NO CHILE
PDF (Espanhol)