Edição Atual
Começamos esta edição estudando os efeitos de contágio entre os mercados de Credit Default Swaps (CDS) soberanos, taxas de câmbio e o medo do mercado na América Latina. Erik Muñoz (Universidade de Talca, Chile), Francisco Gálvez-Gamboa (Universidade Católica do Maule, Chile) e Elmer Sánchez Dávila (Universidade de Lima, Peru) utilizam um modelo vetorial autorregressivo com parâmetros variáveis no tempo (TVP-VAR), identificando importantes efeitos de contágio entre esses mercados. Os spreads de CDS soberanos da Colômbia, México e Peru são os principais transmissores de risco, enquanto o dólar americano e o euro atuam como fontes dominantes de volatilidade nos mercados cambiais. Os autores revelam uma relação bidirecional entre o medo do mercado, medido pelos índices VIX e OVX, e os CDS e taxas de câmbio. Essas interações aumentam a vulnerabilidade em períodos de incerteza global, ressaltando a necessidade de políticas mais prudentes para gerir os riscos financeiros nas economias emergentes.
Para compreender melhor o impacto do Marketing nas Mídias Sociais sobre o desempenho mercadológico das empresas, Renata Edvania Costa Gouveia, Edvan Cruz Aguiar (Universidade Federal de Campina Grande, Brasil) e Manoela Costa Policarpo (Universidade do País Basco, Espanha) analisam a relação entre a atitude dos empreendedores e o desempenho mercadológico, por meio de um modelo de mediação serial envolvendo conhecimento técnico e nível de uso. Segundo os autores, a análise permitiu identificar que o nível de uso medeia a relação entre atitude e desempenho mercadológico, sendo que o conhecimento técnico e o nível de uso assumem papel de mediadores nessa relação.
No artigo seguinte, Marta Riera e María Iborra (Universitat de València, Espanha) propõem um modelo das consequências dos comportamentos irresponsáveis das empresas sobre sua capacidade de atrair talentos. Para isso, analisam o impacto da relevância do dano causado e da intencionalidade da empresa na atração de talentos. As autoras propõem que o efeito dos comportamentos irresponsáveis nessa avaliação da atratividade das empresas será maior entre os candidatos da Geração Z. A passagem do tempo, a distância geográfica do dano causado e a reputação previamente construída podem reduzir o impacto do CSI na atração de talentos.
Xoan Le e Nga Nguyen (University of Economics and Law, Vietnam National University, Vietnã) analisam a competitividade e os determinantes da competitividade das exportações de atum enlatado do Vietnã para os mercados dos Estados Unidos e da União Europeia. Os autores concluem que o Vietnã possui uma competitividade forte e crescente, impulsionada por fatores como melhorias na qualidade do produto, abundância de recursos nacionais de atum, economia altamente aberta, inflação favorável nos países exportadores e importadores, e a escolha adequada dos mercados de exportação. Além disso, ajustes recentes na legislação pesqueira têm tido um impacto positivo, embora ainda incerto, sobre as exportações. Por outro lado, desafios como tarifas de importação, restrições de qualidade do produto e o cartão amarelo da UE dificultam a competitividade.
Para estudar os fatores que afetam as exportações não tradicionais do Peru, La-Torre-Rojas, Joyce Consuelo; Medina-Quispe, Flor Doris; Huaman-Torres, Mayle Grecia; Venegas-Rodriguez, Pedro Bernabe; e Chavarri-Balladares, Albert Farith (Universidade Continental, Peru) utilizam um vetor de correção de erros para estimar as elasticidades do crescimento do PIB da China (1,71%), da zona do euro (0,11%), dos preços de exportação (0,23%), do Índice Baltic Dry (-0,06%) e dos salários agrícolas (-1,06%) e seu impacto no volume exportado. Para os autores, a maior influência vem do índice de exportações, seguido pelo PIB da China, os preços e os salários. Destaca-se, assim, a relevância da China como principal parceiro comercial e seu papel de protagonista no comportamento das exportações peruanas.
Com foco na atividade logística no Uruguai, Roberto Horta, Micaela Camacho e Luis Silveira (Universidade Católica do Uruguai) desenvolvem uma abordagem inovadora para medir a competitividade setorial. Propõem a criação de um índice composto para avaliar o seu potencial competitivo (IPC). A construção do IPC segue uma metodologia sistemática e baseia-se em uma definição específica do conceito de potencial competitivo a ser medido, juntamente com um modelo teórico que abrange seis dimensões. Os autores utilizam dados de fontes primárias e secundárias e realizam diversas análises multivariadas para verificar a pertinência e a robustez analítica. Concluem que foi dado um passo importante para a melhoria da competitividade do setor logístico no Uruguai.
Queremos, mais uma vez, agradecer a todos os que tornam possível o bom funcionamento da revista: aos membros do Conselho Consultivo, ao Conselho Editorial, Editores e Editores Associados da área, avaliadores, autores e, principalmente, aos leitores.
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